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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Resenha: Jogos Vorazes

Quem me dera acreditar
Que não acontece nada
De tanto brincar com fogo.
Que venha o fogo então.
- Katniss, a garota quente Legião Urbana

[Essa música está completa no final da postagem.
Coloca Fábrica pra tocar e me segue até o final da resenha, porque essa vai ser grande.]

É impressionante: no skoob, o tempo todo tem gente adicionando o livro ou classificando-o de alguma forma. Toda vez que entro na página, tem mudanças de alguns minutos atrás. Mas depois mostro minha opinião. Vamos à resenha.
Sinopse:
Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?

Título Original: The Hunger Games

A história se passa durante a 74ª edição dos Jogos Vorazes, que são a forma que a Capital achou para oprimir a população e impedir uma nova rebelião. Em termos simples, ocorre um sorteio entre os jovens de 12 a 18 anos em cada distrito. O casal selecionado (tributos) é treinado e levado para uma arena de batalha, onde os 24 participantes se enfrentarão. O que sobreviver, ganha riqueza e fama, e seu distrito será beneficiado por um ano. Há um sistema onde você pode ter mais chances de ser escolhido para os Jogos, mas se pergunte por que alguém faria isso e leia o livro. Ah, sim. Achei o máximo o fato de serem 13 Distritos, por que é uma alusão ao fato de que, inicialmente, os Estados Unidos era formado pelas 13 colônias.
Cada Distrito é especializado em alguma coisa. Típico de Distopia.
livro, feito em 2008 e lançado no ano seguinte aqui no Brasil, é narrado pela Katniss, uma jovem de 16 anos do distrito 12 que mora com a mãe "distante" e a irmã. Isso nos faz sentir o que ela sente: o medo, a angústia, a desconfiança, a determinação. Ela é bem destemida, apesar de viver num distrito bem pobre. Mesmo solitária, tem alguns "amigos", mas a verdade é que você tem que se virar com o que tem. (Em outra postagem falarei mais sobre a personalidade dela. Mas quando descobri que ela era arqueira, simpatizei com ela instantaneamente.) Cada livro da série é dividido em 3 partes, e há muitas recordações da Katniss, tipo, no meio de uma coisa grave ou uma pergunta, ela nos narra um evento ocorrido no passado que se aplica ali. 
Confesso que vi o livro a bem tempo, mas algo sempre me impedia de adicioná-lo como Vou Ler. Aí veio o novo filme e todo mundo ficou comentando e tal. Então eu decidi dar uma chance a ele. O que eu pensava dele não tem nada a ver com o que ele realmente é. Agora eu me pergunto: o que eu estava fazendo nesse tempo tordo? (tordo, sacou?) Esse livro é demais!


"Enquanto você conseguir se achar, nunca vai passar fome." 39

Foi muito difícil fazer essa resenha, por causa de três motivos principais.
1º - é um livro super resenhado. Tipo, o que falta dizer sobre ele? Como eu posso me diferenciar?
2º  - ele tem 400 páginas. Só isso já me deixa pensando qual parte destacar e como não colocar spoiler.
3º - eu gostei demais dele. Demais, demais, demais. Nenhuma outra série me deixou tão ansioso pela continuação quanto Jogos Vorazes. Está sendo uma tortura!

O ambiente foi muito bem contado. Gostei muito de acompanhar Katniss, seja pelo Distrito 12, pelo trem, pela Capital, e, claro, pela Arena! Sua narrativa não me deixava parar de ler, tamanha era a tensão em muitas partes. Mesmo lendo deitado, eu ficava aflito, nervoso, apreensivo - ah, meu Deus! Tudo de bom! Quando havia uma morte, eu me sentia olhando para ela para ver sua reação. Quando ela estava na pior, eu me sentia dizendo: "não desista, Katniss! Você não veio tão longe para terminar assim! Eu acredito em você!" *lágrimas*
Principais Tributos. Ter assistido o filme antes me ajudou a visualizar certas coisas.
Não é a toa que esses caras aí sobreviveram mais...
A personalidade de outros personagens foi tão bem desenvolvida, que farei uma postagem só sobre isso. Suzanne Collins criou um daqueles vilões que todo mundo gosta de odiar. Isso nos prende página à página, e me fez não odiar meus (eu disse meus?) oponentes na arena. E ainda teve algumas mensagens subliminares, no caso, coisas (muitas) que passavam despercebidas e lá na frente eram aludidas. Acho isso o máximo.
Gostei da fonte, da diagramação, do cheiro, dos detalhes no início de cada capítulo e seção e até do formato dos números das páginas. Sem se falar nas capas da série, que têm tudo a ver com a história. O vocabulário do livro é bem extenso, o que me ensinou várias palavras:

Feerica: deslumbrante, maravilhosa, espetacular.
Preterido: desprezado, deixado de lado
Rubor: pudor modéstia, cor vermelho com todas as variantes.
Virulenta: que tem natureza de vírus; cheia de rancor e ódio.
Exsuda: suada
Átimo: instante, momento.
Diáfano: transparente, muito magro, sem essência.

Vejam que essas palavras podem ter sentido literal ou figurado. (Aliás, alguém notou um erro de correção na palavra "patrocinadores" na página 64?)

Os Jogos Vorazes me fizeram refletir nesses realitys shows (S[o]litários <3), onde tudo é encenação para "comover" o público. "Ninguém" se importa mesmo com quem está ali, o que estão passando e a que estão se prestando.
(E mais coisas, só que perdi o papel que anotei e não lembro agora... u.u')

"E nesse exato momento, a parte mais perigosa dos Jogos Vorazes está para começar." 381


Suzanne Collins também escreveu a série As Crônicas do Subterrâneo, baseada em Alice no País das Maravilhas (=3).

Ah, e mais uma coisa. A série Jogos Vorazes sofreu comparações com o livro japonês Battle Royale (Batoru Rowaiaru), escrito por Koushun Takami, publicado em 1999 e adaptado para filme no ano seguinte. Em Battle Royale, Koushun Takami tem como premissa uma competição na qual jovens são sorteados por um governo autoritário para lutar em uma ilha até que apenas um sobreviva, para responder a demandas sociais (no livro por interesse científico e no filme como resposta à rebelião dos jovens). Alguns lutam sozinhos, outros formam grupos e por fim, contrariando as regras da competição pela primeira vez, um casal com envolvimento romântico sobrevive. Essas semelhanças, entre outras, e o fato do filme ter recebido cobertura na mídia americana, geraram críticas e especulações sobre a suposta inspiração da autora, algumas com listas das similaridades, que levaram a um aumento nas vendas de Battle Royale.
Sobre o caso, Collins comentou, "Eu nunca tinha ouvido falar do livro até o meu estar finalizado. Então, ele foi mencionado para mim, e perguntei ao meu editor se deveria lê-lo. Ele disse, 'Não, eu não quero esse mundo na sua cabeça. Apenas continue o que está fazendo'".

E vocês, já leram? O que acharam?

Fábrica - Legião Urbana

Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais
Quero justiça
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte não
Consegue escravizar
Quem não tem chance
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?
O céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada de tanto brincar com fogo
Que venha o fogo então
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais.

6 comentários:

  1. Uaau, adorei sua resenha, parabéns!
    Li o livro no ano passado e como você, acho que nunca fiquei tão ansiosa para o próximo. Não vejo a hora de começar a lê-lo, ainda mais com todo mundo dizendo que o segundo é ainda melhor. Jogos Vorazes é demais!
    Beijos, Lery. :D
    lerissakunzler.blogspot.com.br

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    1. Que bom que gostou, Lery!
      To me segurando para não ler o PDF.
      Tão dizendo isso mesmo, daí você já tira, viu?

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  2. Estava esperando pela sua resenha antes de adiciona-lo na lista de Vou Ler do skoob. Parabéns pela resenha, ainda mais pelo desafio de falar de forma diferente sobre um livro que ja foi resenhado tantas vezes. Mas você achou que o filme foi bem fiel ao livro? E tu já viu o trailer do 2?

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    1. Já vi sim, mas não deveria ter visto. Eu não queria falar sobre o filme, mas tão pra fazer um filme fiel a algum livro. Não tem como pôr 400 páginas em 2h, ainda mais uma história limitada a mente do personagem, sem saber o que se passa onde ele não está presente. Ou seja, comeram algumas partes e personagens, mas quase tudo o que tem no filme, tem no livro. A ordem da maioria dos eventos foi bem fiel também, mas há uma porção de detalhes e flashbacks que não têm no filme. Ma quero sim ver o 2, mas gostaria de ler antes.

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    2. Sei bem como é isso de filmes não poderem retratar plenamente a historia do livro, até citei isso em uma resenha que estou fazendo, porem apesar das limitações alguns filmes conseguem se superar nesse sentido.

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    3. Dizem que o 2 está ainda mais fiel ao livro. Por isso, que ler primeiro.

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Angel Lyla