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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Resenha (?) de A Esperança (JV3)

"Pois a mera opressão pode fazer o sábio agir como doido,
e uma dádiva pode destruir o coração."
- Eclesiastes 7:7


Faz tempo que não posto resenha, embora já tenha lido bastantes livros nesse ano. Talvez eu ache que já existem muitas resenhas no meio do mundo, ou apenas tenha tido preguiça ou falta de tempo. Sei lá. Mas eu tenho que fazer essa - se é que pode chamar isso de resenha.

Sinopse:
Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais lutar. Mas as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13, enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução. A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde. Ela precisa virar o Tordo. O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente? Será que as vidas de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra?
Ano: 2011
Páginas: 424
Editora: Rocco
Narrativa dramática e carregada de emoção, traz algumas críticas à nossa sociedade, vividas pelos habitantes de Panem. Como era de se esperar, é nesse livro que ficamos sabendo o que aconteceu com personagens como Cinna, Effie e Peeta, além de muitos inéditos.
Mudando um pouco de assunto brevemente, a série me lembra a lenda de Teseu e o Minotauro, pois, há cada 9 anos, eram enviados 7 rapazes e 7 moças atenienses para a ilha do Minotauro, como tributo imposto pelo rei Minos. 
Quando vi o livro pela primeira vez, fiquei um tanto desapontado com o nome (A Esperança, no Brasil, e A Revolta, em Portugal). Se encaixa na história, mas não tem nada a ver com o original. "Mockingjay" seria bem mais apropriado, mas não teve como ser relacionado porque, infelizmente, a tradução brasileira traduziu esse animal híbrido meramente como "Tordo", sendo que Tordo (Mockingbird, "pássaro falante") são as mães deles, enquanto seus pais eram os bestantes "Gaio Tagarela" (jabberjay). Então, Mocking poderia ter sido traduzido por "Tordo Tagarela", não apenas "Tordo". Nada a ver. Então, eles surgiram por engano. Quem leu sabe, e não entrarei em detalhes, mas só lembrando que eles representavam o fracasso da Capital (em falhar em destruir sua própria criação) e a resistência contra seus métodos (pois se transformou em algo ainda melhor do que antes). Por isso, a Katniss era representada pelo "tordo" (Mockingjay) simbolizado, divulgado e aderido em seu broche.


Quanto à capa, é bem legal ele tipo se libertando das correntes que o prendiam, saindo da mira em que estava no volume 1 e 2.
Muito suspense, muitas revelações, esse livro superou e muito minhas expectativas. Tentei adiar ao máximo o término, mas era difícil parar. Mesmo assim, a maior parte dele li mais de uma vez. É realmente emocionante e arrebatador. Confesso que chorei demais no capítulo final. É muito doloroso e profundo. Eu ainda não tinha lido nada parecido. Tudo o que a Katniss passou, suportou, foi forçada pelos outros, por si mesma, ou pelas circunstâncias a fazer, todas as perdas, os traumas, a desconfiança, a amizade, os sacrifícios, as mentiras, toda a dor, desespero, agonia e pesar, a incerteza, os riscos, a determinação, a resistência, a superação, os significados atribuídos... Tinha que ser um Mockingjay, essa menina. É sério, nenhum livro que eu já li mexeu tanto comigo assim, e nem sei o que esperar da Seleção e Divergente. Com certeza estou numa ressaca literária.
Aliás, além das técnicas de escrita que observei e espero ter aprendido, também aprendi com a perseverança da Katniss. Quando passo por situações difíceis, lembro dela e tento suportar mais.
Agora é só esperar os filmes nesse ano e no próximo. Aliás, gostei muito de ser dois, porque é muita coisa e eu não ficaria feliz em ver resumos.
Obrigado, Suzanne Collins.
Com certeza haverá mais coisas que não fui capaz de expressar em palavras para pôr aqui. Mas você que já leu, o que achou?

PS:
Só pra encerrar, essa letra do Daft Punk, que tem tudo a ver, na minha opinião. Eu ia colocar Perfeição (Legião Urbana - "Vamos celebrar a estupidez humana, a estupidez de todas as nações..."), mas vai essa mesmo.


Within - Interno/Dentro
Há tantas coisas que eu não entendo
Há um mundo dentro de mim
Que eu não posso explicar
Muitos quartos para explorar,
Mas as portas têm a mesma aparência
Estou perdido, eu nem me lembro o meu nome

Eu estive por algum tempo
Procurando alguém
Eu preciso saber agora
Por favor, diga-me quem eu sou

Há tantas coisas que eu não entendo
Há um mundo dentro de mim
Que eu não posso explicar
Muitos quartos para explorar
Mas as portas têm a mesma aparência
(onde estão as fechaduras para se colocar a chave?)
Eu estou perdido
Eu ainda nem consigo me lembrar do meu nome
(e eu me pergunto por que)

Eu estive por algum tempo à procura de alguém
Eu preciso saber agora
Por favor, diga-me: quem eu sou?

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Angel Lyla