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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Resenha: O Teorema Katherine

Katherine: - Você está, tipo, escrevendo um livro?
Colin: - Não. Estou escrevendo uma fórmula matemática que prevê quem em um casal vai terminar o relacionamento e quando isso vai acontecer.

Não falei que a próxima postagem ia ser uma resenha?
Sinopse
Colin conhece Katherine. Katherine gosta de Colin. Colin e Katherine namoram. Katherine termina com Colin. É sempre assim.
Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.
Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Como conheci o livro
Acho que em outubro ou setembro no skoob ou algum blog (o livro fala sobre nerds e sua memória...). Queria muito ler algo do John Green (e por "algo" me refiro a Teorema Katherine e Cidades de Papel), embora tenha relutado em me esforçar em consegui-lo algumas vezes.

Como consegui o livro
Como não consegui comprar ele nas Americanas dia 19 de Outubro, comprei pela internet depois.

Capa
O que mais gostei na capa foi que ela não amassou mesmo tendo tantas páginas! Isso me deu prazer em ler. O material é muito bom. E o "desenho" é muito sugestivo e eu gostei da simplicidade. Deixou bem evidente do que se trata o livro, como a nota após o nome do autor. Veja outras:




História
Basicamente, o livro conta sobre um "passeio" de dois adolescentes após se formarem. E é aí que o livro começa, com Colin desiludido da vida após o décimo nono fora que leva, e saindo de carro sem destino pelo país com seu amigo Hassan para dar um tempo em tudo, até chegarem na pequena e pacata cidade de Gutshot, onde ele pode finalmente pensar na vida.

Personagens
Nem tantos, mas bem desenvolvido e "humanizados". A gente se identifica com suas fraquezas, limitações e frustrações, e também com suas virtudes e sonhos, suas reflexões profundas, suas reações em cada situação, o relacionamento entre eles. (Pelo menos eu me identifiquei com várias situações, como em tentar descobrir o por que certo relacionamento fracassou ou por me envolver insanamente em algo até a "perfeição".)
Os principais são:
Colin Singleton: menino prodígio, filho único que mora com os pais, passava o verão num acampamento para crianças "bem inteligentes", namorou 19 vezes, todas as vezes foi dispensado e sempre por Katherines (precisamente essas letras). Lê muito (muito mesmo), só tem um amigo, gosta de anagramas (bastante) e está desapontado por achar que está desperdiçando sua inteligência com tudo isso ao invés de já ter criado algo grandioso. Por isso, resolve fazer algo que lhe garantirá fama e um legado para a humanidade - o Teorema Katherine, capaz de prever o que acontecerá em qualquer relacionamento romântico. Como é o protagonista, é o que mais sabemos sobre seus sentimentos e pensamentos, sua identidade e tal. Diz-se que ele é 'metade judeu, mas não acredita em Deus' ou, ao menos, 'não é muito religioso'. Sabe 11 idiomas e às vezes conversa com Hassan em Alemão e em francês.
"Eu sobrevivi dezessete anos em Chicago sem nunca ter sido roubado,esfaqueado nem sequestrado, e sem ter caído nos trilhos do metrô ou..." - 122
"É como se até hoje eu só tivesse sido duas coisas na vida. Sou um menino prodígio e levo fora de Katherines." - 222
Hassan: entendi que ele é inteligente, mas não quer fazer faculdade. Único amigo de Colin na adolescência, gordo, muçulmano, preguiçoso. Fã de Jornada nas Estrelas, é filho único e também que mora com os pais. Não se importa tanto assim em namorar, devido ao que vê acontecendo com Colin. Por isso, sugeriu a Colin "caírem na estrada".
"Eu não sou terrorista." - 77
"Só estou sugando a comida, a água e o dinheiro do mundo, e tudo oque dou em troca é: 'Ei, eu sou um ótimo faz-nada. Veja todas as coisas ruins que eu não faço! Agora vou contar algumas piadas!'" - 260
Lindsey: a guia turística de colin e Hassan quando eles chegam em Gutshot. Trabalha numa mercearia, é metida a enfermeira e mora com a mãe, que é a dona da fábrica da cidade. ("De que é a fábrica", você me pergunta. Leia o livro.) Ela é bem amigável, todo mundo na cidade gosta dela. Lindsey resolve ajudar Colin com seu teorema.
"Cês me deixam lá, dão o fora e depois me buscam em duas horas, e aí a gente diz para a Hollis que ficou a tarde toda passeando pela nação." - 115
Outros: há Hollis, a mãe da Lindsey e dona da fábrica, há os amigos da Lindey na escola, o pessoal do asilo, os funcionários da fábrica...
"Ela era tudo de bom e eu era tudo de ruim, mas aí ela morreu, e eu, não." - 113
"Colin refletiu sobre o fato de de que mesmo nas fotografias da juventude os mais velhos já parecem velhos." - 114

Narrativa
Confesso que criei bastante expectativas quanto ao livro e me desapontei um bocado. Não que eu não tenha gostado do livro, mas pelo que li na sinopse e orelha do livro, achei que ele fugiu um pouco da proposta enquanto eu lia, mas deu tudo certo. Quando acabei de ler, não me senti tão desapontado assim.
Há muitas notas de rodapé (mais de 80), o que gostei bastante. Elas explicam coisas sobre os personagens, fatos históricos, conceitos matemáticos, traduções etc. Também há algumas seções "extras", que não direi do que se tratam, mas contém revelações/explicações bem legais, como se fossem flashbacks  (pelo menos uma me deixou bastante surpreso). Também há de vez em quando um gráfico sobre o teorema, mas nada chato ou difícil de entender (ou que você precise explicar, pelo menos). Também há um apêndice matemático sobre o Teorema no final do livro.
O que não gostei, e por isso eu pensei em dar 3 estrelas para o livro, é que não estou acostumado com uma linguagem que acho que o nome é "vulgar". O livro fala muitas palavras que pelo menos eu não ouço comumente, palavras que considero obscenas ou palavrões mesmo (na minha opinião) e isso me incomodou bastante, já que nunca vi nem parecido nos livros que já li antes, além de gírias adolescentes que não me importei muito.
Mas decidi continuar lendo e não pude deixar de conter risadas em algumas partes (por experiência própria, lhe aviso: nunca leia um livro assim num consultório médico. É muito constrangedor). E isso contribuiu para mim dar 4 estrelas (a culpa é delas mesmo *dá de ombros*). Também gostei de como as coisas são reveladas, há partes surpreendentes e o autor conseguiu me prender até o final mesmo eu não gostando no começo.

Autor
John Michael Green nasceu em 24 de agosto de 1977 e é um vlogger e autor de livros para jovens adultos. Mora com a esposa e seus 2 filhos. Site oficial: http://johngreenbooks.com. Se eu encontrasse ele na rua, apertaria  a mão dele e diria: "Guy, you rocks!" *(cara, tu se garantiu!)
Neeerd. Só que não.
Aliás, verde é minha cor favorita, como vocês sabem e percebem pelas minhas blusas.

Resumo: refleti bastante no meu sentido na vida e propósito no universo e não, não chegou a tanto. Na verdade, eu pensei nos meus próprios relacionamentos anteriores e no quando me preocupo com meus amigos e com meus problemas, como o Colin ficou tão preocupado consigo e lamentando sua sorte na vida que esqueceu de outras coisas e pessoas. Também me identifiquei com o fato de me dedicar tanto a coisas até o final e depois pensar: "pra que serve isso, afinal?"


- Sou um menino prodígio em fim de carreira - Colin disse.
- Em que mais cê é bom, além de já saber tudo?
- Humm, línguas. Jogos de palavras. Conhecimentos gerais. Nada muito útil.

Agora é conseguir Cidades de Papel e correr pro abraço, mas, badalhoca - isso não é interessante.
Então, tá aí, pessoal.
Até a próxima postagem!

2 comentários:

  1. Qual sugere ler Abel? A Culpa é das Estrelas ou o Teorema Katherine?

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    Respostas
    1. Bem, eu gostei do Teorema, enquanto não me interessei pelo A Culpa é das Estrelas. Mas espero ler o Cidades de Papel.

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Angel Lyla