Capítulo 2
A LAGOA (QUASE) DESERTA
“Embaixo
do oceano é apenas água e areia.” – The Killers
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mais coisas entre o céu e a terra do que podemos ver. O grande problema do
oceano é que as pessoas que vêm a ele pensam que já o conhecem o bastante e que
já usufruem tudo o que ele tem a lhes oferecer. Quando elas chegam à praia e
olham para o mar, tudo que veem é apenas água. A luz que emanava de Ariel lhe
permitia ver entre a transparência da água.
ARIEL:
– Ai, caramba! Anfíbio, agora réptil!? Será que vou ter de pertencer a um
exército de tartarugas desarmadas que ficam andando de um lado para o outro? Eu
exijo uma máscara para os olhos! Não estavam brincando quando me disseram que
meu corpo iria passar por algumas mudanças! Só espero não ter que ficar dando
carona no meu casco. Agora que cresci, como eu passarei pela fenda e voltarei
para a praia? Eu deveria ter lido aquele livro Como crescer e dominar o mundo em duas refeições. Talvez, se eu
mergulhar aqui, ache alguma saída ou alguém para me ajudar.
Seus pensamentos foram interrompidos com um estranho som
vindo da sua direita. Ariel olhou e viu um grande e pesado animal se arrastando
e entrando na lagoa. Enquanto se arrastava com dificuldade o mais rápido que
podia, como uma tartaruga na terra, ela se perguntava em pensamento:
ARIEL:
– Que bicho será que era? Não pode ser um crocodilo por causa da cauda. Não
pode ser um peixe-boi por que não sairia da água. Será um leão-marinho? Ou será
algum monstro!? De onde será que saiu? Ow como eu gostaria que ele pudesse me
ajudar! Ugh! Ainda bem que não apostei corrida com nenhuma lebre...
Finalmente Ariel entra na água, e avista o animal já a
alguma distância, num nado simples e preguiçoso. Se acostumando a nadar como
tartaruga, Ariel observa com cautela o animal, e logo o identifica como uma
Morsa, devido às grandes presas proeminentes.
ARIEL:
– (Uma morsa? No Brasil? Numa caverna? As coisas realmente estão ficando cada
vez mais estranhas...) Morsa! Ei, morsa! Dona morsa, espere! (Será que ela me
entende ou ao menos me escuta?)
De repente, a morsa olha pra trás, mas segue nadando.
ARIEL:
– (Como será que o som se propaga dentro da água? A professora falou sobre isso
naquela aula sobre... a... Guerra Civil Norte Americana. Eu acho. Talvez, se eu
cantar ela entenda melhor. Deixa eu ver...) “Você
não quer nadar comigo? Não quer sentir meus ossos nos seus ossos?” [Bones - The Killers]
A morsa voltou e disse:
MORSA:
– Eu posso nadar com você, mas não tenho ossos largos, só sou gordo.
ARIEL:
– Você fala!? Que bom que você fala!
MORSA
(sarcástica): – Também sei abrir latas de sardinhas. O que queria? Que eu
miasse? Ou, então, que eu falasse em línguas de sinais?
ARIEL:
– Talvez em... Código Morse! *risos*
MORSA:
– Você também fala e eu não disse nada sobre isso.
ARIEL:
– Sim, mas eu sou uma... Ah deixa pra lá. Como você se chama?
MORSA:
– Paul.
ARIEL:
– E eu sou a Ariel.
MORSA:
– É um nome incomum pra uma tartaruga.
ARIEL:
– A de aventureira, R de relaxada, I de imaginativa, E de enérgica e L de...
legal. Mas eu não sou uma tartaruga!
MORSA:
– Sério? É a falsa-tartaruga da falsa sopa de tartaruga?
ARIEL:
– Eu sou uma menina!
MORSA
(confusa): – Então são as tartarugas quem têm pernas, braços e cabelos?
ARIEL:
– Não! Tartarugas têm nadadeiras, bico e um casco... como esse.
A morsa olha atentamente para Ariel.
ARIEL:
– Vamos mudar de assunto. Eu estou procurando um paguro. Você viu algum por
aqui?
MORSA:
– Não. Mas talvez você encontre algo onde estou indo.
ARIEL:
– Onde você está indo?
MORSA:
– Ora, ao Millywaves – o restaurante no fim do oceano!
Capítulo 3
Capítulo 3
O RESTAURANTE NO FIM DO
OCEANO
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